Nas florestas tropicais do leste dos Camarões, a gestão florestal certificada pelo FSC está a mostrar o que significa equilibrar a produção com a proteção. Titulares de Certificado, como a PALLISCO e os seus parceiros, demonstram que o uso responsável da floresta pode contribuir não só para a criação de empregos locais, mas também para a conservação da biodiversidade e a resiliência climática.
Proteger a biodiversidade
Monitorização independente, incluindo estudos realizados pela Universidade de Utrecht, confirma que as concessões certificadas pelo FSC na Bacia do Congo, abrigam populações mais elevadas de espécies ameaçadas de extinção, como gorilas e elefantes da floresta, em comparação com florestas não certificadas. A exploração florestal de impacto reduzido e as áreas de conservação designadas dentro das concessões, ajudam a manter corredores de vida selvagem e a preservar habitats críticos para a biodiversidade.
“Tendo crescido perto da floresta, sempre compreendi a sua importância na nossa vida quotidiana. Para mim, destruir a floresta é destruir a vida. É por isso que estou empenhado em preservá-la, para que as gerações futuras possam beneficiar dela como nós hoje”, afirmou Christian Zuh, gestor florestal da PALLISCO.
As técnicas de exploração florestal de impacto reduzido são uma parte central da formação dos operadores da PALLISCO para minimizar os danos ambientais, enquanto a regeneração rigorosa pós-exploração, tanto natural como assistida através da reflorestação, ajuda a preservar a saúde do ecossistema.
O chefe da aldeia de Mindourou, Fredy Djatto Zoa, disse: “A floresta é o nosso pai e a nossa mãe. Ela significa tudo para nós. Sem a floresta, não teríamos acesso aos recursos dos quais dependemos diariamente. Ela é a nossa fonte de vida.”
Benefícios para a comunidade
As comunidades locais relatam melhorias tangíveis: escolas, centros de saúde e projetos de água potável foram estabelecidos por meio de parcerias com Titulares de Certificado. Embora ainda existam desafios – como garantir a participação equitativa de todos os membros da comunidade –, esses projetos refletem um modelo em que a gestão florestal contribui para o desenvolvimento rural, juntamente com a conservação.
De acordo com Fredy Djatto Zoa, “O nível de vida na nossa aldeia aumentou significativamente. Isto deve-se em grande parte às políticas de recrutamento implementadas através dos Comités Florestais Locais, que promovem o emprego local.”
Além da promoção – evidências e transparência
A história do FSC Camarões não está isenta de desafios. A certificação requer um investimento significativo e manter a conformidade pode ser dispendioso. Mas reconhecer essas realidades torna as conquistas mais credíveis: apesar dos custos e dos obstáculos logísticos, as empresas e as comunidades continuam a ver valor na certificação como um caminho para a sustentabilidade a longo prazo.
“A sustentabilidade também implica rentabilidade económica, bem como uma transformação que traz valor acrescentado. Isso ajuda a fortalecer o emprego local e a manter os valores ecológicos”, disse o professor Roger Ngoufo, membro do FSC nos Camarões.
Por que é importante para as políticas climáticas e de biodiversidade
Esta experiência oferece lições para as estratégias globais de clima e biodiversidade. À medida que governos e organizações procuram soluções para cumprir os compromissos assumidos no Acordo de Paris e na Estrutura Global de Biodiversidade, as florestas certificadas pelo FSC nos Camarões mostram um modelo prático e escalável: as florestas podem ser utilizadas, mas de forma responsável, de maneira a conservar a biodiversidade, armazenar carbono e apoiar os meios de subsistência locais.
