c1

 

A primeira certificação florestal a ser “dada à luz” em Portugal foi a da FRUTICOR. Em 2005, antes da criação oficial do FSC Portugal, o nosso país viu a sua primeira conquista e o seu propósito a tornar-se realidade. Este exemplo da FRUTICOR foi um chamariz para os seus pares de acabaram por seguir os seus passos a nível nacional e além-fronteiras.

Neste ano tão especial, em que o FSC Portugal faz 15 anos, entrevistamos Joana Amorim, Administradora da FRUTICOR, e quisemos saber as razões e a importância em ter escolhido a certificação florestal FSC, bem como que futuro perspetivam para a Fruticor no âmbito da certificação FSC.

 

FSC PORTUGAL: O que significa para a FRUTICOR ter sido a primeira empresa a receber certificação FM em Portugal?

Joana Amorim (FRUTICOR): A FRUTICOR foi a primeira empresa mundial a obter a certificação FM para a gestão do montado de sobro no ano de 2005. Este processo implicou a implementação de novas regras de gestão e organização do trabalho, começando pelo planeamento e registo de operações, e a criação de um manual de boas práticas obrigatoriamente seguidas em toda a empresa. Para nós, à data, a certificação florestal representava um contributo concreto para a melhoria generalizada do produto cortiça e consequente resposta às crescentes exigências de sustentabilidade colocadas à indústria transformadora pelos mercados nacionais e internacionais. Decorridos quase 17 anos continuamos a acreditar que a marca FSC é uma mais valia significativa para a gestão florestal pelo facto de verificarmos que a aplicação dos princípios e critérios da norma resulta em claras vantagens para o proprietário florestal e para o ecossistema.

 

FSC PORTUGAL: 17 anos passaram desde a certificação. Qual a importância de ter certificação FSC?

Joana Amorim (FRUTICOR): A certificação florestal e a sua utilização como mecanismo de mercado é cada vez mais uma realidade. É reconhecida a importância deste modelo e da necessidade de uma transmissão efetiva de valor à base produtiva que garanta uma resposta das áreas de montado à crescente procura por produtos certificados.

A imagem da cortiça, natural, sustentável e suporte de ecossistemas de grande valia ambiental e paisagística é valorizada pelo consumidor final. Novos produtos e novas soluções tendo por base a cortiça suportam uma estratégia de diversificação, cada vez mais efetiva. A fileira continua a apostar na gestão, na inovação e na promoção da qualidade, com reflexos no produto final e na posição que detém nos mercados. Neste pressuposto, trabalhar e gerir as herdades segundo os standards do FSC, com critérios ambientais e socioeconómicos bem definidos e adaptados à realidade portuguesa, é a melhor forma de garantir um sistema de produção equilibrado, com benefícios diretos nos ecossistemas, na proteção das florestas e das populações que dela beneficiam.

c2

FSC PORTUGAL: Como perspetivam o futuro da FRUTICOR no âmbito da certificação FSC?

Joana Amorim (FRUTICOR): Sendo a certificação florestal um processo de melhoria contínua de procedimentos e de gestão, a FRUTICOR continuará aberta ao conhecimento que a marca FSC lhe continua a trazer, reiterando o seu compromisso com os três pilares fundamentais do FSC para a conquista dos objetivos de desenvolvimento sustentável, preconizando uma gestão florestal ambientalmente adequada, socialmente benéfica e economicamente viável.

O FSC Portugal agradece a disponibilidade de Joana Amorim para a realização desta entrevista, bem como a atitude embaixadora com que a FRUTICOR se tem posicionado no que respeita à certificação FSC.