Em particular, a colaboração irá abordar o conceito de paisagens florestais, clima florestal, biodiversidade florestal e resiliência dos povos da floresta. Para tal, o grupo procurará uma abordagem baseada em dados para identificar florestas de alto valor, valores associados e propostas de gestão.
A primeira etapa da colaboração, envolve o desenvolvimento do conceito e a definição para o termo “florestas de alto valor”. Este conceito incluirá florestas primárias, antigas, em perigo e de alto valor de conservação, bem como hotspots de biodiversidade florestal e paisagens culturais indígenas. Considerará os conceitos relacionados existentes e será baseado nos melhores conhecimentos científicos e práticas profissionais. Será elaborado um mapa de localização das florestas, as características dos valores identificados e o que significam nas respectivas paisagens exploradas. As paisagens serão consideradas na sua totalidade, juntamente com os desafios globais, como protecção da biodiversidade, resiliência climática, segurança alimentar, paisagens culturais indígenas, entre outos.
O exercício de mapeamento concluído será usado para examinar diferentes recomendações de investigação para a gestão de florestas de alto valor. Por sua vez, ajudarão as organizações envolvidas a organizar formas inovadoras de envolver membros e interessados no desenvolvimento de cenários de uso da paisagem, que serão testados em projectos-piloto.
Entre outras coisas, as recomendações de investigação terão como objectivo fornecer uma nova base para as discussões sobre paisagens florestais intactas (IFLs) no FSC. Desde a aprovação da Moção 65 sobre IFLs na Assembleia Geral do FSC em 2014, o tema tem sido altamente polémico na organização.
Embora haja um amplo reconhecimento entre os membros do FSC de que as IFLs precisam de ser identificadas e protegidas, fortes preocupações com a Moção 65 foram levantadas consistentemente por titulares de certificado, governos e membros do FSC. Um dos principais desafios identificados é se é viável proteger estritamente a maioria das IFLs dentro de áreas florestais já existentes e qual a alternativa se a certificação FSC dessas áreas não for mais uma opção. As partes interessadas questionaram se seria possível ter em consideração o estado da protecção da natureza na paisagem mais ampla nas decisões relacionadas com a protecção e a gestão dentro da unidade de gestão florestal certificada FSC.
Outro desafio é o facto de que as áreas certificadas pelo FSC são frequentemente partes relativamente pequenas de uma paisagem mais ampla com importantes valores. A gestão responsável nas áreas certificadas não será suficiente na procura de soluções baseadas na natureza para desafios globais críticos, como a protecção da biodiversidade, a resiliência indígena e social e a mitigação das alterações climáticas. O esforço de investigação incidirá com os membros do FSC e as partes interessadas em explorar formas de envolvimento com outros parceiros para identificar soluções para paisagens nas quais são encontradas áreas certificadas FSC.