Um estudo publicado na revista Frontiers in Forests and Global Change explorou esta questão. Os investigadores analisaram dados florestais, económicos e ambientais disponíveis publicamente em 28 países europeus, para avaliar como os níveis de certificação se correlacionam com os resultados económicos no setor florestal
Principais conclusões
A investigação concluiu que, na Europa, a certificação florestal aumenta receitas. Embora os custos de certificação tendam a aumentar com a área florestal, frequentemente estabilizam em escalas maiores, especialmente por meio de mecanismos como a certificação em grupo. A República Checa e os Países Baixos apresentam ganhos económicos líquidos particularmente elevados com a certificação, sugerindo uma exploração económica eficaz dos recursos florestais.
Na prática, os investigadores sugerem que os proprietários e gestores florestais alinhem as suas estratégias com as tendências económicas mais amplas para otimizar as suas operações.
Para além dos benefícios económicos
Para além do lucro, a certificação reduz os riscos ambientais, sociais e reputacionais. Através do envolvimento com auditores e partes interessadas, os gestores florestais podem identificar potenciais questões ambientais e sociais, ajudando a gerir o risco de reputação para a organização. A evidência desta mitigação de risco é particularmente importante para os investidores que procuram apoiar resultados sociais e ambientais positivos e mercados responsáveis de produtos florestais lenhosos e não lenhosos.
Os investigadores também encontraram evidências de outros resultados sociais e económicos favoráveis: a certificação pode conectar os gestores florestais a mercados globais orientados para a sustentabilidade e satisfazer a procura do mercado por bens produzidos de forma sustentável e responsável.
Por fim, a certificação está alinhada com as principais estratégias e políticas da União Europeia, como o Regulamento sobre utilização do solo, alteração do uso do solo e florestas (LULUCF), que descreve como as atividades relacionadas com o uso do solo contribuem para as metas climáticas, e a Lei de Restauro da Natureza, que apoia a conservação da biodiversidade e o restauro do ecossistema.
Metodologia
Os investigadores Sofia Corticeiro, Gonçalo Rodrigues Brás, Margarida Tomé, Ana Isabel Lillebø e Helena Vieira, definiram 2020 como ano de referência devido à disponibilidade de dados. Recorreram a bases de dados acessíveis ao público para obter informações sobre as áreas florestais totais e certificadas e indicadores económicos fundamentais, como o consumo intermédio, o consumo de capital fixo, o valor acrescentado bruto e os resultados das atividades relacionadas com a floresta. Também consideraram métricas ambientais, incluindo indicadores de biodiversidade e proteção do habitat, planos de gestão florestal a longo prazo e 15 metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável. O estudo incluiu apenas a certificação de gestão florestal, não a certificação da Cadeia de Custódia, e utilizou análise de correlação para identificar tendências e avaliar o retorno económico das práticas de gestão florestal certificadas.
